“Querido Pai Natal” é o nome de um dos projetos em votação até ao próximo dia  25 de novembro, na loja da Terrugem, do Pingo Doce, no âmbito do programa “Bairro Feliz” que se propõe atribuir uma ajuda pecuniária no valor de mil euros à causa que os seus clientes acreditam poder vir a ter um maior impacto no seu “bairro”. 
Fátima Luz, está na génese deste projeto, que nasceu em tempo de pandemia Covid-19, quase por acaso. “Na altura não havia muito trabalho e a vida complicou-se para muitas pessoas, em especial para as crianças, porque sei o que é chegar ao Natal e não ter um presente. Foi assim que tudo começou”, refere a mentora do projeto, ao CORREIO DE SINTRA, acrescentando que o propósito da iniciativa “é realizar os sonhos das crianças”.


Sem perda de tempo, foi criado um Grupo na página de Facebook, “Querido Pai Natal” e em poucos dias “comecei a receber cartas de crianças ao Pai Natal. E houve logo quem se oferecesse para um presente” refere Fátima Luz, acrescentando que “esta era a ideia inicial do grupo, que logo se apercebeu que havia lares em que não era só o presente da Natal que faltava”. Talvez por isso, as cartas não serem todas iguais porque as crianças nem todas nascem no mesmo berço.
“Vimos frigoríficos vazios, roupas estragadas, falta de alimentos essenciais” e o coração começou a falar mais alto. “Já não era o responder à carta de uma criança, mas se possível, dar algum conforto à família”.


Fátima Luz, dedica grande parte do seu tempo a ajudar os outros, sem nada em troca. Toca-lhe no coração cada história de Vida, porque por trás de cada carta há uma outra história de “pessoas que vivem com dificuldades e com vergonha”, para pedir ajuda. “Nós oferecemos aquilo que as crianças nos pedem, mas a boa vontade em ajudar estende-se muitas vezes à família”.
Entre tantos casos relatados, há uma carta de “um menino que queria vir da Guiné com os irmãos para junto de sua mãe em Portugal”, recorda Fátima Luz. Depois de uma pausa para ganhar fôlego, “sabe nós conseguimos trazê-los até junto de sua mãe”.


Já na despedida, “sabe, este Pai Natal, não vem da Lapónia e trabalha o ano todo”, refere com um sorriso cúmplice, Fátima Luz, como que a  justificar porque acredita que Natal é sempre que possível. Na verdade o Natal pode sempre acontecer, em qualquer altura e não apenas em dezembro. “Natal, é sempre quando quisermos”.

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