A 28 de Abril assinalou-se o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho que visa homenagear as vítimas de acidentes de trabalho e doenças profissionais. Em 2024, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) escolheu o tema: «Impactos das Mudanças Climáticas na Segurança e Saúde no Trabalho» a que o Serviço de Saúde Ocupacional (SSO) da Unidade Local de Saúde (ULS) Amadora/Sintra se associou, lançando recomendações a adotar em contexto laboral.

As mudanças climáticas podem advir do impacto da ação do ser humano sobre o planeta e acarretam riscos para a saúde dos/as trabalhadores/as, qualidade de trabalho e produtividade. A exposição a temperaturas extremas, poluição ambiental, radiação ultravioleta, aumento de doenças transmitidas por vetores, são desafios associados às mudanças climáticas. Entre os diversos fatores de risco emergentes, o aquecimento global e a exposição ao calor têm sido os mais estudados, assim como os seus efeitos na saúde e segurança dos trabalhadores.

Um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) indica que as economias já enfrentam perdas de 10% nas horas trabalhadas, devido às condições térmicas nos locais de trabalho.

Todos/as os/as trabalhadores/as estão sujeitos a algum tipo de impacto decorrente das mudanças climáticas, sobretudo os/as que trabalham em ambientes externos. Os ambientes interiores também podem ser afetados, quando a climatização artificial não consegue garantir os parâmetros ambientais em níveis confortáveis.

Como resultado, há um risco aumentado de desconforto, limitação das funções físicas e capacidades cognitivas. Em última análise, existe o risco de desenvolvimento de doenças relacionadas com exposição ao calor, manifestadas por lesões cutâneas, cãibras e exaustão.

O Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, da ULS Amadora Sintra, tem investido na utilização mais eficiente de recursos, de modo a promover uma maior capacidade para enfrentar os novos riscos climáticos. Em 2021, foi efetuada a recuperação das paredes exteriores e melhoria da eficiência energética dos edifícios hospitalar e industrial, com colocação de revestimento para isolamento térmico pelo exterior, o que permitiu a melhoria do conforto térmico e da eficiência energéticas dos edifícios. Em 2022, entraram em funcionamento painéis fotovoltaicos que permitem que o consumo de energia do edifício industrial do Hospital seja exclusivamente feito com origem solar, com ganhos em consumo para todo o Hospital.

Outras medidas preconizadas são a redução da produção de calor emitido por equipamentos no interior de instalações, seleção de tecidos leves para a produção de vestuário e a aplicação de estores ou películas para janelas.

Os/As trabalhadores/as devem estar atentos/as a uma maior necessidade de ingestão de água. Os que têm atividade ocupacional no exterior, não devem dispensar a aplicação de protetor solar (devendo esta ser uma medida adotada por todos/as), a utilização de vestuário protetor, incluindo chapéus, e a realização de pausas em locais frescos, em horas de maior perigo de exposição.

Trabalhar num planeta mais quente é um desafio, e cabe a todos/as nós desenvolver estratégias eficazes para mitigar esses efeitos a nível organizacional e individual.

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