Dezanove médicos do Serviço de Urgência Geral do Hospital Amadora-Sintra alertam para uma “rutura iminente” do serviço, caso não haja mudanças urgentes na gestão. Numa carta aberta dirigida à administração da Unidade Local de Saúde Amadora-Sintra (ULSASI), os profissionais denunciam a degradação das condições de trabalho, a instabilidade da equipa e a perda de qualidade na assistência.
“Perturba-nos a perda de capacitação do serviço e o risco de regressão para tempos de menor qualidade assistencial”, afirmam, lamentando que vários colegas já tenham manifestado intenção de abandonar a unidade.
Entre os principais problemas apontados estão a rotatividade excessiva, a sobrecarga de horários, a acumulação de funções em diferentes unidades e a ausência de uma equipa estável. “Abominamos o conceito de ‘médicos de fim de semana’ que trabalham isoladamente, sem integração ou responsabilização.”
Criticam ainda a abertura do novo Hospital de Sintra sem reforço de recursos humanos, com transferências forçadas de profissionais e sem garantias mínimas de funcionamento nos serviços de origem. Alertam também para a falta de protocolos no novo hospital e para mudanças na triagem feitas sem consulta médica.
Apesar das dificuldades, os médicos sublinham que a sua motivação vai além das questões salariais. “O que nos move é a procura por condições seguras de trabalho e pela melhor assistência à população que servimos.”









