Escritor Luís Corredoura

TOME NOTA: Devido ao trágico acidente que ocorreu na Calçada da Glória, em Lisboa, a presidência da República decidiu cancelar / adiar sine die a Festa do Livro, no Palácio de Belém.
Deste modo, a apresentação do livro “A Greve” do escritor Luís Corredoura, acontecerá no próximo dia 13 (sábado), às 17h00, no Salão Paroquial da Igreja de São Pedro, em Pêro Pinheiro.

O escritor Luís Corredoura, natural de Pêro Pinheiro e com 50 anos de idade, marca presença no encerramento da Festa do Livro em Belém, no próximo domingo, 7 de setembro, às 19h00, para apresentar o seu mais recente romance, A Greve, editado pela Cultura.

A obra recupera um episódio marcante da história local: em maio de 1965, cerca de cinco mil operários de fábricas, oficinas e pedreiras paralisaram, durante 12 dias, a extração e transformação do lioz, a pedra típica da região, utilizada em alguns dos mais emblemáticos edifícios nacionais ao longo de nove séculos.

No auge do regime salazarista, a resposta das autoridades traduziu-se em cargas policiais, detenções e tortura levadas a cabo pela PIDE, perante o risco de embaraço político. O episódio, recorda a sinopse, constituiu “a maior greve com a qual o Estado Novo se deparou”, conta Luís Corredoura.

A Greve é uma viagem inesquecível a um Portugal sem medo, uma homenagem à coragem de quem ousou resistir.

“Uma situação verídica que aconteceu em Pêro Pinheiro, concelho de Sintra, há precisamente 60 anos, aquela que foi a maior greve ocorrida durante o Estado Novo, mas acerca da qual muito pouco se escreveu por não ter sido ‘politizada’, ou seja, pelo facto dos que se arrogavam como principais opositores ao regime de então não terem conseguido obter dividendos políticos desses protestos”, acrescenta o autor.

A apresentação estará a cargo da jornalista Maria João Ruela, atualmente assessora de imprensa da Presidência da República.

“A Greve”: novo romance de Luís Corredoura recupera luta operária de 1965

Autor de títulos como A Recriação do Mundo, O Segredo de Wuhan e A Bomba de Lisboa, Luís Corredoura volta a cruzar factos históricos com a ficção literária, recriando o ambiente social e político dos anos 60 e dando voz às vivências de homens e mulheres que desafiaram a repressão.

Filho de uma família ligada à indústria de transformação de rochas ornamentais, o arquiteto e mestre em Recuperação de Património mantém desde cedo uma ligação à escrita, tendo já conquistado vários prémios literários e reconhecimento nacional.

Fotografia: arquivo