As lesões degenerativas do joelho afetam muitos portugueses, sendo a artrose a mais comum. Para melhorar a resposta às necessidades destes doentes, o Hospital CUF Sintra reforçou a aposta na inovação tecnológica, com a disponibilização de cirurgia robótica.
Em entrevista ao Correio de Sintra, José Campos Martins, Ortopedista no Hospital CUF Sintra, explica as vantagens da utilização desta técnica para tratar a artrose do joelho.
Quais são as lesões degenerativas do joelho mais prevalentes, na população portuguesa?
A artrose é, de longe, a doença degenerativa mais comum do joelho. Estudos realizados em Portugal apontam para uma prevalência entre 5 e 12% da população, embora estes valores possam ser ainda maiores, já que, nas fases iniciais, muitas pessoas não têm sintomas.
Que fatores de risco podem estar na origem de uma lesão degenerativa do joelho, como a artrose?
A idade, o excesso de peso, as lesões anteriores no joelho, o desalinhamento das pernas, a sobrecarga ocupacional e a predisposição genética são fatores que influenciam o aparecimento e a evolução deste tipo de lesões.
A artrose está muito associada à população mais idosa. Mas só afeta as pessoas mais velhas?
A idade é, de facto, o principal fator de risco: a prevalência aumenta significativamente após os 50 anos, e quase todas as pessoas com mais de 70 anos apresentam algum sinal de desgaste articular, mesmo que ainda não tenham sintomas. Contudo, a artrose também pode surgir em pessoas mais jovens.
Nestes casos, é muitas vezes chamada de artrose secundária, ou artrose precoce, e pode resultar de lesões anteriores no joelho (como fraturas, ruturas de ligamentos ou dos meniscos), de mau alinhamento dos membros, de atividade desportiva intensa, de excesso de peso ou de doenças reumatológicas.
Em todas estas situações, ocorre uma degeneração precoce da cartilagem – um tecido que, infelizmente, não tem a capacidade de se regenerar por completo, o que explica a natureza progressiva da doença.

Perante os sinais de alerta, procure um médico:
“O principal sinal de alerta é a dor, que vai surgindo com mais frequência e deixa de aliviar com medicação. Também muito comum é a perda de força, sobretudo ao subir ou descer escadas: muitas pessoas descrevem que precisam de ‘descer de lado’ ou agarrar-se ao corrimão, por já não confiarem na estabilidade do joelho. Também a limitação dos movimentos e a dificuldade em caminhar podem ser indicadores importantes de uma lesão degenerativa. Reconhecer estes sinais precocemente é essencial, para intervir a tempo e preservar a função do joelho”, explica o ortopedista.
Qual a abordagem do Hospital CUF Sintra para o tratamento dos doentes com artrose do joelho? Em que casos pode ser necessária cirurgia?
A nossa abordagem é multidisciplinar e adaptada à gravidade da doença. Nas fases iniciais, o foco está em corrigir os fatores que contribuem para o desgaste do joelho — através de medidas como perda de peso, incentivo à prática de exercício físico, controlo de doenças reumatológicas (como a artrite) e, em alguns casos, o uso de infiltrações com ácido hialurónico ou plasma rico em plaquetas, para aliviar os sintomas.
Quando a doença está mais avançada, a cirurgia torna-se necessária. Hoje dispomos de várias técnicas cirúrgicas, sendo a prótese total ou parcial do joelho a solução mais definitiva para recuperar mobilidade e qualidade de vida.
No Hospital CUF Sintra, o doente é acompanhado em todas as fases do processo, desde a decisão cirúrgica até à reabilitação, por uma equipa multidisciplinar especializada, altamente treinada e coordenada, o que permite uma recuperação mais rápida, segura e eficaz. Este acompanhamento integrado garante uma evolução clínica mais estável e coloca o doente no centro de todo o processo.
As técnicas cirúrgicas têm-se tornado cada vez menos invasivas, com claras vantagens para o doente. Um dos principais exemplos desta evolução é a cirurgia robótica, que já está disponível no Hospital CUF Sintra. Quais são os benefícios da utilização do robot, nas cirurgias de prótese do joelho?
A introdução da robótica na cirurgia de prótese do joelho veio trazer um nível de precisão e personalização nunca antes alcançado. Esta tecnologia permite um planeamento pré-operatório detalhado e uma maior precisão cirúrgica, com menor agressão dos tecidos, traduzindo-se em maior segurança, melhor controlo da dor no pós-operatório, numa recuperação funcional mais rápida e menor risco de complicações.
Durante a intervenção, existe uma interação, em tempo real, entre o ortopedista e o sistema robótico, o que garante uma adaptação perfeita da técnica à anatomia específica de cada doente. O braço robótico funciona como um instrumento de elevada precisão, que assiste e aperfeiçoa a técnica do cirurgião, garantindo resultados mais previsíveis e seguros.
Robot cirúrgico de última geração:
Segundo o médico, “o robot cirúrgico disponível no Hospital CUF Sintra é um dos sistemas mais inovadores atualmente disponíveis, com parâmetros de segurança e qualidade comprovados por centenas de publicações científicas a nível internacional.”
Testemunho:
“Agora já consigo cuidar das minhas netas e passear com elas”

Alice Pascoal tem 72 anos e foi diagnosticada com artrose no joelho esquerdo. Depois de uma operação ao joelho direito, há cerca de 2 anos, estava com receio de voltar a fazer uma cirurgia de prótese, mas percebeu “que era necessário e que iria melhorar a minha vida.”
No final de setembro, foi operada pelo ortopedista José Campos Martins, no Hospital CUF Sintra, por cirurgia robótica. “Não custou nada, estou muito satisfeita.”, refere a residente de Queluz. “A equipa foi mais do que 5 estrelas e a recuperação foi muito mais fácil e rápida do que na outra operação, feita sem o robot. Fiquei menos de um dia no hospital e sinto-me muito bem: não tenho dores, já consigo caminhar sozinha e fazer exercícios na pedaleira, em casa. Vou iniciar a fisioterapia em breve.”
Menos de um mês depois da cirurgia, Alice não esconde o entusiasmo: “Ganhei qualidade de vida. Agora já consigo cuidar das minhas netas e passear com elas!”









