Desde setembro do ano passado que os moradores da localidade de Negrais, no concelho de Sintra, enfrentam dificuldades no acesso ao transporte público devido a alterações no percurso do autocarro que faz a ligação entre a Portela de Sintra a Negrais. A mudança aconteceu na sequência de obras numa ponte na zona das Mastrontas, que impossibilitaram a circulação pela rota habitual.
A situação tem causado transtornos significativos à população local, especialmente aos mais idosos e às crianças, que agora enfrentam longas caminhadas por estradas sem passeios ou iluminação para conseguirem chegar à escola ou realizar tarefas básicas como compras e consultas médicas.
“Não existindo o autocarro, os habitantes que não têm meio de se deslocarem, ficam isolados socialmente, ficam sem acessos a cuidados médicos e conseguirem fazer as suas compras de alimentação”, desabafa Débora Silva, acrescentando que “o frio e a chuva somente vieram piorar a situação, existem crianças a fazerem um percurso de quilómetros pela estrada, sem passeios e sem luz, ao frio e ao sol”, queixa-se a moradora que “até ao momento, sem nenhuma resposta concreta”.


Em comunicado enviado ao Correio de Sintra, a Carris Metropolitana esclareceu que “a alteração do percurso se deve às obras na zona das Mastrontas”, que são da responsabilidade da Câmara Municipal de Sintra, não tendo a empresa controlo sobre a duração dos trabalhos nem informação sobre a sua conclusão. Para garantir a ligação entre Negrais e a Portela de Sintra, “foi implementado um desvio pela Pedra Furada, mantendo o serviço ativo, embora por um trajeto alternativo”, explica.
A empresa afirma que a utilização da linha se manteve consistente e que continuará a monitorar a situação para garantir a melhor resposta possível aos passageiros.
Contudo, os moradores apelam à rápida resolução do problema, destacando que o isolamento causado pela ausência do percurso habitual do autocarro afeta gravemente a qualidade de vida da comunidade. “É urgente que o trajeto original seja restabelecido para que as pessoas possam retomar a sua rotina com segurança e dignidade”, apela Débora Silva.









