“É Cabriz, estou bem aqui”, é o tema da Marcha Popular de Cabriz que voltou a brilhar este ano, celebrando o espírito de união e a hospitalidade desta pequena localidade do concelho de Sintra. Com um total de 56 marchantes adultos e 30 crianças na Marcha Infantil, o grupo enche o palco de cor, movimento e emoção, num verdadeiro hino à terra.

“Estamos muito bem em Cabriz. É uma terra acolhedora, onde apetece estar e viver. Adoramos a nossa terra, e por isso decidimos prestar-lhe esta homenagem”, explica Alda Salgado, ensaiadora da marcha, minutos antes de mais um desfile. Entre risos e nervosismo, assume que “é uma trabalheira”, mas também “imensamente gratificante”. Todos os anos, a aventura repete-se, com empenho redobrado e emoção à flor da pele.

Apesar de alguns contratempos causados pelo mau tempo, “o São Pedro este ano nem sempre colaborou”, os ensaios, que arrancaram em fevereiro, mantiveram-se com alguma resiliência. “O nosso recinto é ao ar livre e tivemos de fazer várias paragens por causa da chuva”, recorda Alda Salgado, que agradece o apoio da Sociedade Recreativa da Várzea de Sintra, que cedeu o pavilhão gimnodesportivo que garantiu a continuidade dos ensaios.

“Nada disto, teria sido possível sem o espírito de grupo. Temos uma equipa muito coesa, sempre disponível para dar o seu melhor. É isso que mantém esta marcha viva e tão especial,” sublinha.

A Marcha Infantil, composta por 30 crianças, é outro motivo de orgulho. “Há mais meninas do que meninos, porque nesta idade eles ainda têm muita vergonha”, conta com um sorriso. Este ano, o número de participantes foi limitado pela capacidade do guarda-roupa: “Não conseguimos produzir mais fatos, mas é sempre um prazer enorme trabalhar com os mais pequenos.”

O guarda-roupa das marchas “foi desenhado por mim, num papelinho”, revela Alda Salgado. Mas não deixa de reconhecer o verdadeiro mérito: “A nossa costureira é que dá vida à ideia e interpreta tudo com rigor. Sem ela, nada disto se concretizava.”

A falta de apoios financeiros continua a ser um desafio. A Câmara Municipal de Sintra, a União das Freguesias de Sintra e o comércio local, são uma ajuda importante, mas o grosso das despesas é sustentado através de atividades de angariação de fundos realizadas ao longo do ano. “Nada se faz sem esforço. Organizamos eventos, contamos com a ajuda de todos, senão, era impossível”, conclui Alda Salgado.

Video de marcha, AQUI.

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